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Fazendo uma retrospetiva, aquando do lançamento da primeira consola da Sony em 1994 (a mítica PlayStation), são várias as franquias que marcaram aquela que é hoje considerada a quinta geração de consolas de videojogos. Olhando para as séries que mais unidades venderam, é possível encontrar nomes de franchises como “Gran Turismo“, “Tomb Raider” ou “Tekken“. Porém, talvez a mais marcante para toda uma geração de gamers tenha sido a saga “Crash Bandicoot“.

Apesar de já contar com cerca de duas dezenas de jogos, a franquia atingiu o seu pico ainda durante a sua génese, sobretudo nos seus três primeiros jogos, desenvolvidos pela Naughty Dog (conhecida hoje pelos jogos das sagas “Uncharted” e “The Last of Us“) e publicados pela Sony. Com os três lançamentos iniciais, “Crash Bandicoot” (1996), “Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back” (1997) e “Crash Bandicoot: Warped” (1998), a Naughty Dog e a Sony criaram uma autêntica referência no que diz respeito a jogos de plataformas, estando estes três jogos no Top 15 dos mais vendidos de sempre para a PlayStation, somando mais de 20 milhões de cópias vendidas.

Depois de várias trocas de estúdios de desenvolvimento e de publicação, além de um hiato de vários anos, a série renasceu em 2017 com “N. Sane Trilogy”, um lançamento que ofereceu uma versão remasterizada dos três primeiros jogos da franquia. O trabalho de desenvolvimento ficou a cargo da Vicarious Visions e o lançamento feito pela Activision.

À esquerda, Crash em “Crash Bandicoot” (1996). À direita, Crash no remaster “N. Sane Trilogy” (2017)

Na sua essência, os jogos de Crash Bandicoot são, acima de tudo, jogos de plataformas. Ao longo de diversos níveis relativamente lineares, o jogador tem de controlar Crash, um bandicoot geneticamente modificado, fruto de uma experiência malsucedida do malvado Doutor Neo Cortex. Em cada nível, Crash é controlado na terceira pessoa, podendo a movimentação alternar entre uma perspetiva side-scrolling (da esquerda para a direita), na direção do jogador ou na direção oposta.

Para derrotar os inimigos, Crash pode fazer uso de alguns movimentos como o spin ou o slide, além de vários tipos de saltos e de corrida. Dois dos colecionáveis mais importantes do jogo são as frutas Wumpa e as caixas. Ao passo que as últimas permitem auxiliar o jogador (fornecendo diversos prémios), as frutas são essenciais para renovar as vidas de Crash. “N. Sane Trilogy” mantém o sistema de vidas dos jogos originais, um sistema que perdeu algum fôlego na última década, e que irá obrigar o jogador a recomeçar um nível do princípio quando perder todas as vidas.

Alguns dos níveis fornecem elementos de jogabilidade únicos como corridas de mota, desafios debaixo de água ou provas de jet ski, que permitem variar um pouco a jogabilidade. No final de cada etapa (que tipicamente inclui cinco níveis), o jogador tem que enfrentar um boss, tipicamente ajudantes do Doutor Neo Cortex. Apesar de estas batalhas serem bastante variadas entre si, regra geral são relativamente fáceis e pouco satisfatórias, contrastando com o resto do jogo.

“N. Sane Trilogy” traz todos os níveis dos primeiros três jogos da saga Crash Bandicoot com visuais melhorados

“N. Sane Trilogy” acaba por ter como seu grande encargo trazer estes primeiros jogos da adorada série Crash Bandicoot, para o público moderno. Ao contrário dos jogos originais, a trilogia remasterizada chegou às principais plataformas (a passo que os jogos originais eram exclusivos PlayStation), permitindo a um público muito maior experienciar os jogos pela primeira vez.

É também notória uma grande melhoria visual, com gráficos que, quando comparados com os originais, evidenciam diferenças abismais. Onde o remaster, curiosamente, pouco mexeu foi na jogabilidade, que se mostra algo datada, com saltos imprecisos, perspetivas de câmara enganadoras e alguma dificuldade em usar controlos analógicos, ao invés dos controlos digitais dos comandos da antiga PlayStation.

Para jogadores expostos pela primeira vez ao universo do marsupial mais famoso do mundo dos videojogos, a jogabilidade marcadamente datada pode ser um entrave para jogadores habituados aos jogos de plataformas ultra precisos que têm saído nos últimos anos. Para os jogadores mais antigos, este “N. Sane Trilogy” é um forte instrumento de nostalgia, relembrando um passado onde os jogos de plataformas estavam ainda a ser refinados.

Disponível em: Nintendo Switch, PS4, Windows, Xbox One

Luís Ferreira

Rating: 2.5 out of 4.

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