O lançamento da PlayStation 5 traz consigo a inauguração de uma nova geração de consolas (partilhada com as novas consolas XBox). Olhando para trás, a sua predecessora PlayStation 4 deixa como legado sete anos de domínio no mercado dos videojogos, com centenas de lançamentos que chegaram a esta consola. Mais de 100 milhões de unidades foram vendidas, fazendo da PS4 a segunda consola mais vendida de sempre, apenas atrás da antecessora PlayStation 2.
Algo quase incontestável como sendo um dos principais pontos fortes das consolas Sony, tendo marcado as várias PlayStation’s, são os jogos exclusivos. Este é um investimento como potencial gerador de vantagem competitiva face à concorrência, sendo que ao longo de sete anos, dezenas de jogos foram lançados como exclusivos para a PS4. Em forma de retrospetiva, OBarrete decidiu fazer uma lista com cinco dos mais marcantes para a PS4.
Para cingir ainda mais o universo dos jogos a esta consola, serão desconsiderados remakes ou remasters de jogos já lançados (ex: “Shadow of the Colossus” ou “The Last of Us Remastered“) bem como jogos inicialmente lançados como exclusivos mas que atualmente já se podem jogar noutras plataformas (ex: “Detroit: Become Human” ou “Horizon Zero Dawn“). Para evitar comparações desnecessárias, a lista está apresentada sem nenhuma ordem em particular, descrevendo cinco dos exclusivos PS4 mais marcantes para a comunidade gamer, além de incluir o inevitável fator da subjetividade. Por isso, aqui ficam alguns dos melhores jogos que atualmente só podem ser jogados na PS4:
“Uncharted 4: A Thief’s End” (2016), desenvolvido pela Naughty Dog – Tiro, Aventura
Poucos pensariam que à quarta entrada da série “Uncharted” ainda seria possível produzir um jogo tão inovador e tão refrescante, mas que continuasse a fazer jus àquilo que eram as principais características da franquia. Cinco anos depois do lançamento de “Uncharted 3” e após um desenvolvimento conturbado, “Uncharted 4: A Thief’s End” faz um grande salto temporal em relação ao predecessor, onde um Nathan Drake já reformado das suas caças ao tesouro vê a sua rotina interrompida pelo aparecimento do irmão Sam, que Nate julgava morto. Com mais realismo gráfico e de jogabilidade do que nunca, “Uncharted 4” junta uma das melhores narrativas da saga a um melhorado sistema de furtividade, áreas enormes para explorar e enigmas complexos.
“Until Dawn” (2015), desenvolvido pela Supermassive Games – Narrativa interativa, Terror
“Until Dawn” pode ser considerado o outlier da lista em termos de jogabilidade. Enquanto que os restantes jogos, de uma forma ou de outra, se apoiam em mecânicas relacionadas com o combate (quer tiro ou corpo-a-corpo), “Until Dawn” mune-se das várias ramificações na sua história para proporcionar uma narrativa excelente, dinâmica e um sólido exemplar dentro do género das narrativas interativas. A história passa-se ao longo de uma noite à qual oito amigos tentam sobreviver, depois de se juntarem num local isolado para passar umas férias. Só as escolhas do jogador irão determinar quem sobrevive e quem morre, sendo que a mecânica do efeito borboleta permite gerar consequências gigantescas partindo de pequenas ações.
“Bloodborne” (2015), desenvolvido pela FromSoftware – RPG, Ação
“Bloodborne” é um jogo para quem gosta de um desafio à persistência. Famoso na comunidade gamer pela sua extrema dificuldade, o jogo reúne características da série de jogos “Souls” (da mesma desenvolvedora). A principal característica distintiva deste role-playing game (RPG) de ação reside no seu combate, onde são criadas mecânicas para fomentar um estilo ofensivo, tais como a possibilidade de recuperar vida perdida ao atacar rapidamente o inimigo após ser atingido. A jogabilidade desafiante não foi problema para a aclamação do jogo pela crítica e por muitos fãs, que destacam uma excelente narrativa, combate deliberado e onde a dificuldade do jogo faz parte do processo de aprendizagem pretendido.
“God of War” (2018), desenvolvido pela SIE Santa Monica Studio – Aventura, Ação
De forma similar a “Uncharted 4”, o quarto jogo da série principal de “God of War” fez uma grande revolução em relação aos jogos anteriores. Depois de três aventuras baseadas na mitologia grega, o novo “God of War” inspira-se em elementos da mitologia nórdica para desenvolver a narrativa, que acontece na sua maioria no reino de Midgard. Pela primeira vez na franquia, Kratos partilha o protagonismo com outra personagem, o seu filho Atreus.
A principal missão de ambos é espalhar as cinzas de Faye (mulher de Kratos e mãe de Atreus) no topo da montanha mais alta dos nove reinos nórdicos. As mecânicas de combate são utilizadas em grande parte do jogo, onde Kratos terá de usar o seu novo machado Leviathan, em vez das lâminas duplas, a sua imagem de marca. O resultado é não só o melhor jogo da série, mas um dos jogos que mais marcou esta geração de consolas.
“The Last of Us Part II” (2020), desenvolvido pela Naughty Dog – Aventura, Sobrevivência
Embora seja um lançamento recente, seria complicado deixar “The Last of Us Part II” de fora da lista. Sete anos depois do mundialmente aclamado “The Last of Us“, a sequela poderia (e dirão muitos, deveria) ter sido conservadora, no sentido de não fazer o jogador questionar aquilo que assimilou durante o primeiro jogo. Mas o que acontece é exatamente o contrário, “The Last of Us Part II” impressiona pela sua ousadia quase extrema em termos narrativos, algo que dividiu opiniões.
Já em termos de jogabilidade, a sequela é construída em cima do primeiro jogo, com excelentes adições que permitem abordar os encontros de forma agressiva ou furtiva com mais opções de escolha. “The Last of Us Part II” ficará certamente para a história como um dos melhores exclusivos da PlayStation 4, mas, ainda mais, como um marco de storytelling em videojogos, particularmente na forma como cria empatia para com as personagens e em como usa diferentes pontos de vista para esse efeito.
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