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O triunfo de vendas de “Uncharted: Drake’s Fortune” fez com que o imediato desenvolvimento de uma sequela se tornasse um passo natural com o objetivo de aproveitar a popularidade do primeiro jogo. Faz parte das boas práticas do desenvolvimento de jogos (ainda mais que no cinema, por exemplo, famoso por essa característica) aproveitar ao máximo trabalho já feito. Isto porque mais do que aproveitar a chamada “propriedade intelectual”, que inclui personagens, temáticas ou elementos da história, a possibilidade de criar sequelas em videojogos permite aproveitar toda a jogabilidade já desenvolvida e melhorá-la, ao invés de criar um jogo novo de raiz.

É por essa razão que uma sequela de um filme, visto ser frequentemente uma continuação da história, precisa sempre de se manter original para ser respeitada. Com os videojogos uma melhoria gráfica ou de gameplay, mesmo sem apresentar uma grande reinvenção narrativa, poderá ser suficiente para uma sequela ser bem-sucedida. Não quererá isto dizer, contudo, que esta receita resulte sempre, pois videojogos como “Uncharted” dependem demasiado da história para que esta seja colocada em segundo plano.

Por isso mesmo, “Uncharted 2: Among Thieves” consistiria sempre numa pequena incógnita para os fãs da primeira aventura de Nathan Drake e para a crítica. O segundo jogo chegou às prateleiras de todo o mundo em outubro de 2009, dois anos depois do original, mais uma vez como exclusivo da PlayStation 3.

Chloe Frazer (Claudia Black) – uma das novas personagens introduzidas no jogo

Também na linha temporal do jogo se passaram dois anos desde o final do jogo original. O primeiro capítulo inicia-se in media res, com Nathan Drake (voz de Nolan North) agarrado a um comboio prestes a despenhar-se. Após conseguir escalar o comboio (a sua imagem de marca) e colocar-se a salvo, iniciam-se os flashbacks. Desta vez, ao invés de ser o caçador de tesouros Nate a procurar a aventura, acaba por ser a segunda que vem ter com o primeiro.

Nate é contactado pelo seu amigo e antigo parceiro Harry Flynn (voz de Steve Valentine) e pela namorada Chloe Frazer (voz de Claudia Black). A missão consiste em roubar uma lâmpada que pertenceu a Marco Polo e que este obteve durante uma das suas viagens à China. Depois de recuperarem a lâmpada do museu, Harry, Nate e Chloe percebem que esta contém um mapa que revela a localização de um navio afundado na ilha de Bornéu, que contém a valiosa pedra Cintamani da cidade mítica de Sambala. Ao longo da narrativa, aparecerão novamente personagens como Sully (voz de Richard McGonagle) e Elena (voz de Emily Rose), e será dado o devido destaque ao antagonista Zoran Lazarević (voz de Graham McTavish).

Mais uma vez, a saga “Uncharted” desvenda a sua premissa logo no início dos acontecimentos, não necessitando de grandes aquecimentos. A história é mais complexa, com mais personagens chave, mais momentos grandiosos e emocionantes. De facto, é muito pela história que o segundo “Uncharted” é tido por muitos como o melhor de toda a franquia. A receção crítica dificilmente poderia ter sido melhor, que incluiu inúmeros prémios de Jogo do Ano e onde se destacam uma crítica de 21/20 dada pela revista PSM3 e a eleição como segundo melhor jogo de sempre para a PS3 dada pela PlayStation Official Magazine. Além disso, “Uncharted 2” tem momentos narrativos de fazer inveja a muitas grandes produções de Hollywood.

A cidade perdida de Sambala

Reconhecendo que nenhum jogo é perfeito, “Uncharted 2” peca ainda por alguns detalhes que não foram totalmente corrigidos do jogo antecessor. Estes, novamente, concentram-se sobretudo com a linearidade de algumas secções e alguma dificuldade nos controlos de escalada. Apesar disso, relativamente à duração do jogo, ainda que as cerca de seis horas de jogo de “Drake’s Fortune” se repitam em “Among Thieves”, estas nunca parecem desperdiçadas nem repetitivas e por isso não se manifestam frequentemente como críticas.

Da mesma forma, ainda que o clímax narrativo copie aspetos do primeiro jogo, é feito de forma tão grandiosa e convincente que dificilmente deixará algo de mau para dizer. “Uncharted 2: Among Thieves” deve ser bem estudado por todos aqueles que desejem algum dia criar um videojogo, mas, sobretudo, por todos aqueles que procurem como criar uma sequela ainda mais épica e emocionante que o jogo original, mas sempre sem perder a frescura e a originalidade.

Luís Ferreira

Rating: 3.5 out of 4.

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2 thoughts on “Jogo: “Uncharted 2: Among Thieves” – A sequela que surpreendeu todos

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