Diferente, indiferente, paralelo na tua narrativa
A vida corre como um rio
Faz algum tempo que não te vejo,
Reencontro normal nas memórias fatal,
Um silêncio gigante
Na tua cara, plena mutação.
Rasgão, mais por favor não
Memórias memórias
O que levas tu no pensamento?
Correr,
Esta carruagem não posso perder
Plano dianteiro, plano traseiro,
O meu mundo no ecrã por inteiro
Sacodes o mal e olhas de novo
Desilusão
Vazia, a boca
Silêncio de novo,
O planeta gira ao contrário.
Descalça na Terra,
Trazes a tua poesia à virtude
Transparente e lúcida
Onde cabe a verdade nas tuas palavras?
Quando será o próximo amanhecer?
Quantas vezes teremos nós de perder?
Silêncio aqui, silêncio acolá.
Isto não é para ti, é para nós.
As nossas mãos hão-de se unir.
Diogo Passos
Obra de Man Ray, “Rayograph (The Kiss)” (1922)