Aquelas árvores distantes
Que mal consigo ver,
Mais valiosas que diamantes
E que me encaram, antes de adormecer.
Sonhando que um dia
As hei de, devidamente, observar.
Não de longe e subitamente,
Mas de perto e devagar.
Às vezes, só de as contemplar,
Consigo meditar.
Qualquer problema esquecer
Qualquer questão ultrapassar.
E agora vou ter de me ausentar
Não, ainda não é para ver as árvores,
Que essas já estão tapadas pelo luar.
É apenas porque chegou
A hora de me deitar.
E com ela chega
Um sonho já há muito adiado,
Subir bem até lá acima
Como se estivesse acordado.
E, do cimo do último ramo,
Observar um horizonte, ainda inexplorado.