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Porque A Arte Somos Nós

Cá estou novamente para vos sugerir alguns filmes para verem durante este período de recolhimento. Com a noção de que a indústria do cinema já produziu largos milhares de filmes, é muito difícil ter a percepção de todo o espectro de filmes rodados e editados. Nesta perspectiva, as propostas apresentadas têm o objectivo de funcionar como lembrete de algumas obras que, ou nunca foram visualizadas pelo leitor, ou já foram e despertam neste a vontade de rever.

Assim sendo, aqui vão mais cinco sugestões para umas tardes, ou noites, bem passadas com a sétima arte:

1.º “Casablanca”, Michael Curtiz (1942) – Drama, Romance, Guerra

Obra de referência na história do cinema, conta no seu elenco com esse monstro do ecrã que foi Humphrey Bogart acompanhado pela não menos inesquecível e bela Ingrid Bergman. Película a preto e branco, tem como cenário a cidade Marroquina nos tempos da ocupação francesa, durante a II Grande Guerra, e a narrativa é centrada nos esquemas mais ou menos subversivos tão típicos destas épocas de confronto bélico, espionagem, favores, muitos favores.

Rick Blaine (Humphrey Bogart) é um americano expatriado que gere a principal casa nocturna da cidade onde tudo gira e vê-se envolvido com a sua ex-amante, agora casada com outro homem, e a necessidade de a conseguir enviar para fora de Marrocos com documentos que podem custar a sua vida. Obra marcante e inesquecível. “Play it again, Sam…

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2.º “Tarzan, o Homem Macaco” (“Tarzan the Ape Man”), W.S. Van Dyke (1932) – Acção, Aventura, Romance

Este filme faz parte do meu imaginário, pois há quase quarenta anos atrás tive oportunidade, dadas as circunstâncias na época, de o ver várias vezes. Este é para mim o verdadeiro Tarzan, por ser o primeiro. Adaptado da obra de Edgar Rice Burroughs, esta película é filmada de forma algo tosca, sendo perfeitamente perceptível, por exemplo nas cenas de luta com animais, a encenação que era feita para atingir o objectivo.

Mas, a ideia estava lá e a história é muito bem adaptada para a época. Conta no papel principal com Johnny Weissmuller, campeão olímpico de natação, que era tudo menos ator. Ainda assim não se saiu nada mal com Maureen O’Sullivan ao seu lado no papel de Jane. O resto da história já todos conhecem. Vejam e desfrutem do que era fazer cinema há quase noventa anos atrás…

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3.º “A Janela Indiscreta” (“Rear Window”), Alfred Hitchcock (1954) – Mistério, Thriller

Uma das melhores obras em cinema do mestre Hitchcock, que conta no elenco com o magnífico James Stewart e com a deslumbrante Grace Kelly, e que foi aclamado pela crítica como um dos melhores filmes de sempre. A narrativa desenrola-se em torno de um fotógrafo que fica “preso” em sua casa numa cadeira de rodas após um acidente de trabalho, passando o seu tempo a dar aso ao seu voyeurismo observando as acções da vizinhança.

Na sequência de acontecimentos algo estranhos, vem a conseguir desmantelar, após várias peripécias, um assassinato que ocorre no prédio em frente ao seu. Revelado com a astucia que só Hitchcock sabia fazer, a trama mantém-nos agarrados ao ecrã, não defraudando de nenhuma forma as nossas expectativas. Obrigatório.

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4.º “O Nome da Rosa” (“Der Name der Rose”), Jean-Jacques Annaud (1986) – Crime, Drama, Mistério

Este filme é a adaptação da obra de Umberto Eco com o mesmo título e tem na figura principal Sir Sean Connery, que tem um desempenho dentro do que nos habituou ao longo da sua carreira, distinto. A história centra-se na chamada de um monge franciscano a um mosteiro italiano para desvendar a morte de vários frades sem que se encontre qualquer justificação.

Como é previsível no contexto das ordens religiosas no século XIV, a tarefa não se avizinha fácil para o investigador, sendo sucessivamente ameaçado pela ordem instituída no mosteiro. A narrativa é muito interessante e muito bem conduzida, mantendo-nos na incógnita acerca do assassino até praticamente o final da película. Acrescento apenas o desempenho de Christian Slater, com apenas 17 anos, como ajudante do frade investigador. A não perder.

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5.º “O Grande Lebowski” (“The Big Lebowski”), Joel Coen, Ethan Coen (1998) – Comédia, Crime, Desporto

Por último, proponho-vos este magnífico filme realizado pelos não menos magníficos irmãos Joel e Ethan Coen, tendo como ator principal Jeff Bridges num dos melhores desempenhos da sua carreira. A trama imaginada pelos irmãos Coen é, no mínimo, hilariante.

Jeffrey Lebowski, “The Dude”, é um individuo que basicamente se dedica ao ócio, distraindo-se com o consumo de drogas e a jogar bowling com os amigos, quando tal, é confundido com um indivíduo rico com o mesmo nome e o seu apartamento é visitado por uns indivíduos que, na tentativa de cobrar uma dívida, acabam a urinar na sua carpete… A partir daqui tudo é possível e a sucessão de acontecimentos é imprevisível. Magnífico trabalho de entretenimento e boa disposição. A ver ou rever. Sem falta.

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Bons filmes. Protejam-se.

Jorge Gameiro

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