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Depois do sucesso dos dois primeiros jogos da série Silent Hill, que começou como uma espécie de cult following cresceu para um dos mais emblemáticos franchises, oferece a “Silent Hill 3” uns ‘grandes sapatos’ a preencher. No passado, a Team Silent evitou ir longe demais com os elementos de horror, não porque precisava, mas porque queria. Com “Silent Hill 2“, empurrou os limites. Porém, desta vez com “Silent Hill 3”, a equipa decidiu esquecer esses mesmos limites por completo e criar as imagens mais nojentas que se possa imaginar. De toda a série, “Silent Hill 3” é o jogo mais creepy de todos.

A narrativa centra-se nos eventos do primeiro jogo, passados dezassete anos, e o bebé que Harry Mason acolheu no final do primeiro jogo, Heather Mason, é agora uma adolescente e a protagonista desta aventura. Harry cuidou de Heather como se fosse a sua própria filha.

O jogo começa com Heather a adormecer dentro de um restaurante do shopping e a sonhar com Silent Hill, onde se vê num pesadelo dentro de um parque de diversões. Depois de acordar, Heather liga ao pai a avisar que vai voltar a casa. A caminho da saída, Heather encontra-se com um detetive chamado Douglas Cartland, que foi contratado por um culto conhecido como The Order para a encontrar. Heather pensa que este é um stalker e foge pela janela da casa-de-banho. Ainda dentro do shopping, Heather percebe que existem monstros estranhos à espreita.

Os monstros assombram o passado e o presente de Heather

Enquanto Heather vagueia pelo shopping, esta encontra uma mulher vestida de preto com cabelos loiros, a alta sacerdotisa da The Order, Claudia Wolf, que há muito tempo procura a nossa protagonista. Como acontece com o shopping, o metro está deserto, com exceção de alguns monstros, sendo que Heather ainda evita por pouco ser atropelada pelo metro. Dentro do Hilltop Center, Heather entra no Otherwold. Aqui, encontra um homem chamado Vincent Smith, que também é um sacerdote da The Order, mas tem opiniões diferentes sobre como o culto deve agir.

Ao chegar a sua casa no Daisy Villa Apartments, Heather descobre o corpo do seu pai, Harry Mason, caído na sua cadeira, tendo sido brutalmente assassinado. Já fora do apartamento, Douglas entrega a Heather um mapa do seu destino, um presente de Vincent. Ele entrega também um caderno do pai, que funciona como uma explicação do passado da protagonista, resultando simultaneamente num último adeus. Ambos seguem para Silent Hill, a cidade deserta e velada pela névoa onde Heather desenterrará a verdade acerca do seu passado.

Das muitas qualidades de “Silent Hill 3”, nomeadamente o design de som, os melhores gráficos a serem conseguidos na PlayStation 2, e os ambientes infinitamente detalhados, sendo a espinha dorsalmente aterrorizante, é a sua principal protagonista que merece uma menção especial. Heather é uma personagem equilibrada, que dá a sensação de ter uma vida que não se limita a este jogo. Ela reage de forma convincente e sincera (tal e qual uma adolescente) aos horrores ao seu redor, demostrando medo e repulsa ao seu ambiente em decadência. Nesse sentido, o único aspeto negativo, a meu ver, é o lado repetitivo e straight foward da narrativa.

“Silent Hill 3” é um jogo obrigatório a todos os fã de terror

A batida e o som mais juvenil parece ser o tema principal na música do jogo. Pois, como muito de “Silent Hill 3” é baseado em Heather, a banda sonora, do habitual Akira Yamaoka, é composta por mais músicas que tocam a sua personalidade ao invés de uma sonoridade ambiente e industrial. Pela primeira vez, temos canções com os vocais de Mary Elizabeth McGlynn e Joe Romersa. Estas cumprem a sua função em certos momentos no jogo, mas acabam por ser um ponto menos bom.

Em suma, “Silent Hill 3” é, pura e simplesmente, visceral. Embora não seja tão original ou emocionalmente envolvente como a narrativa de “Silent Hill 2”, “Silent Hill 3” é uma entrada valiosa à série que mantém um alto nível de qualidade. Algumas ideias inovadoras, mesmo dentro do enredo repetitivo, e muitas melhorias técnicas, que são muito bem-vindas, ajudam a manter a habitual estrutura interessante. Tudo isso contribui para a criação de uma experiência de jogo absolutamente deslumbrante e profundamente intensa.

Disponível em: PlayStation 2, Microsoft Windows

João Filipe

Rating: 3.5 out of 4.

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