Num tempo já algo distante
Vagueava um cavaleiro maior de idade,
Com um coração trepidante
Repleto de saudade,
De alguém que há pouco conhecera
Que não era da sua cidade.
E o cavaleiro soluçava
Pela donzela clamava,
E até em noite de geada
No seu cavalo branco, ele a procurava.
Ele só pensava nos momentos
Que tinham vivido,
Dois completos estranhos
Que se tinham, devidamente, conhecido.
Independentemente da distância
Por muito grande que pudesse ser,
Em nenhuma circunstância
Ele se deixaria deter.
Ele queria ter estado preso
Pedindo ao tempo uns travões,
Mas não deixam de ficar na memória
As mais diversas emoções.
Momentos de união
Que ficaram na retina,
Isso e um sorriso de eleição
Que o libertava da rotina.
Mas como qualquer narrativa
Esta teria o seu final,
Com esta demanda cansativa
A acabar de forma ideal.
Já que após muito inquirir
E muita distância percorrer,
Finalmente uma resposta
Acabaria por receber.
O seu corvo de estimação
Vinha bastante carregado,
Qualquer que fosse a razão
Já o deixava mais aliviado.
E foi então que percebeu
Que tinha sido correspondido,
E como afinal o destino
Sempre era seu fiel amigo.
A donzela vinha a caminho
Pois também ela o procurava,
Dizendo-lhe que por detrás do azevinho
Se podiam encontrar na alvorada.
Sendo que por revelar
Fica o resto da empreitada,
Resta apenas afirmar
Que uma união lhes estava reservada.
Pintura de Théodore Géricault, “O Couraceiro Ferido” (1814)