OBarrete

Porque A Arte Somos Nós

Num tempo já algo distante

Vagueava um cavaleiro maior de idade,

Com um coração trepidante

Repleto de saudade,

De alguém que há pouco conhecera

Que não era da sua cidade.

E o cavaleiro soluçava

Pela donzela clamava,

E até em noite de geada

No seu cavalo branco, ele a procurava.

Ele só pensava nos momentos

Que tinham vivido,

Dois completos estranhos

Que se tinham, devidamente, conhecido.

Independentemente da distância

Por muito grande que pudesse ser,

Em nenhuma circunstância

Ele se deixaria deter.

Ele queria ter estado preso

Pedindo ao tempo uns travões,

Mas não deixam de ficar na memória

As mais diversas emoções.

Momentos de união

Que ficaram na retina,

Isso e um sorriso de eleição

Que o libertava da rotina.

Mas como qualquer narrativa

Esta teria o seu final,

Com esta demanda cansativa

A acabar de forma ideal.

Já que após muito inquirir

E muita distância percorrer,

Finalmente uma resposta

Acabaria por receber.

O seu corvo de estimação

Vinha bastante carregado,

Qualquer que fosse a razão

Já o deixava mais aliviado.

E foi então que percebeu

Que tinha sido correspondido,

E como afinal o destino

Sempre era seu fiel amigo.

A donzela vinha a caminho

Pois também ela o procurava,

Dizendo-lhe que por detrás do azevinho

Se podiam encontrar na alvorada.

Sendo que por revelar

Fica o resto da empreitada,

Resta apenas afirmar

Que uma união lhes estava reservada.

Pedro Maia

Pintura de Théodore Géricault, “O Couraceiro Ferido” (1814)

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