Certamente uma das obras mais importantes da música minimalista, “Music For 18 Musicians” foi apresentada ao vivo pela primeira vez em Abril de 1976 no Town Hall em Nova Iorque e, em seguida, lançada pela ECM New Series dois anos depois. É um dos expoentes máximos da carreira de Steve Reich e uma composição feita no auge do seu sucesso, depois do movimento minimalista ter já produzido algumas obras importantes como “In C” de Terry Riley, e obtido o devido reconhecimento na história da música.
Composta para ser executada pelo exacto número de 18 músicos, a estrutura é tão intensa e particularmente extensa que toda a peça requer quase uma hora de execução. Mais do que uma obra conceptual, tem um carácter tipicamente cíclico, narrativo e envolvente, de forma a mergulhar completamente o ouvinte numa experiência real.
Este trabalho é de alguma forma representativo, precisamente por causa de como é harmonizado e como se desenvolve, de um processo de adaptação centrado no conceito de pulso, dada a difusão através do som num espaço físico e também a possibilidade de repetir as experiências através das gravações.
Similar a “In C” em teoria, esta obra é equivalente auditivo de observar a mudança das formações de nuvens no céu. Como a música muda sempre tão lentamente, o cenário é suave e belo. Com o passar do tempo, as camadas musicais vão-se multiplicando, criando uma autêntica parede de som com qualidades surreais e hipnóticas. Com onze Sections e dois Pulses que funcionam como abertura e coda, as harmonias minimalistas, o pulso sustentado e a precisão da execução são as principais características da música, que apesar de toda a matemática envolvida tem uma noção de sonoridade bastante orgânica.

Aqui tudo acontece de forma original, inovadora, meditativa, transcendente, poderosa e bela. Isto tudo é crucial para considerar este trabalho uma peça fundamental da história da música. Executado nesta gravação pelo Ensemble do compositor Steve Reich and Musicians, fundado em 1966, o grupo mudou a sua composição ao longo dos anos, e a obra tornou-se num clássico da música minimalista e executada de várias maneiras ao longo dos anos por várias outras orquestrações na sua totalidade ou excertos.