OBarrete

Porque A Arte Somos Nós

Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via

Que, aos raios do luar iluminada

Entre as estrelas trémulas subia

Uma infinita e cintilante escada.

E eu olhava-a de baixo, olhava-a… Em cada

Degrau, que o ouro mais límpido vestia,

Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada,

Ressoante de súplicas, feria…

Tu, mãe sagrada! vós também, formosas

Ilusões! sonhos meus! íeis por ela

Como um bando de sombras vaporosas.

E, ó meu amor! eu te buscava, quando

Vi que no alto surgias, calma e bela,

O olhar celeste para o meu baixando…

Olavo Bilac

Pintura de Dante Gabriel Rossetti, “Beata Beatrix” (1870)

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