Para uns, um recanto soalheiro
É o maior aconchego,
Outros vêem no frio
Uma janela de maior abrigo.
Se para alguns o inverno
É uma época em que só o natal importa,
Outros aproveitam esta época
Para poderem dar uma volta.
À procura de novas narrativas
Pelo meio das montanhas,
Numa diversidade de destinos,
Mas sem descurar os perigos
Nesta procura de novos desígnios.
Para os arrojados
Não há frio ou alturas
Que lhes resistam.
Basta terem o seu gorro
Mais algum agasalho,
Que logo se lançam para a pista,
Fartando-se de cair,
a esquiar até perder de vista.
Ou mesmo uma pequena criança,
Com uma mente repleta de sonhos e esperança,
Constrói o seu boneco de neve
Com uma desenvoltura que, os adultos, embaraça.
Claro que para alguns de nós,
Visivelmente menos criativos
Já quando atiramos bolas de neve
E fazemos pequenos ou grandes anjos,
Sentimos por dentro um calor
Capaz de dissolver uma grande dor,
E redobrar uma maior esperança.
Que com felicidade e muita bonança,
Podemos aproveitar melhor
Toda e qualquer situação,
Sentindo um calor que nos preenche
Quase como se fosse uma tarde quente de verão.
Esquecendo que estamos no inverno
Mas aproveitando a neve desta estação,
Para derreter o gelo
Presente no nosso coração.
Pintura de Claude Monet, “Snow Scene at Argenteuil” (1874–1875)