Impenetráveis desde sempre
Cujas chaves foram guardadas,
Seja de uma porta ou alma,
Todas as entradas serão cobradas.
Qual ladrão ou impostor
Que as tente perfurar,
Será sempre um primor
A sua investida travar.
Por vezes levantamos barreiras,
Ou autênticas muralhas.
Porém, existem batalhas
Que nos acalentam o coração
Como autênticas acendalhas,
Apelando à união.
Ao longo desta viagem,
Qual travessia do deserto.
Passamos como que, por uma miragem,
Nos recantos de quem está perto.
E quando, por fim,
Chegamos ao nosso destino
Cumprindo a nossa missão,
Quebramos definitivamente as
correntes,
Do nosso coração.
Pintura de Edward Hopper, “Automat” (1927)