OBarrete

Porque A Arte Somos Nós

Escuridão.

Porque não sais de mim?

Porque me deixas como uma janela com apenas um pouco de luz?

Toda a vida vivi contigo.

Toda a vida nunca vi a luz por inteiro.

Por vezes sinto saudades tuas, escuridão,

Que de tanto viver contigo já não sei estar sem.

És a minha maior batalha,

A tal da vida que todos falam,

A tal entre más línguas,

Entre más intenções – entre sentimentos…

Porque procuramos nós a vitória no amor?

Como sabemos se é isso que queremos se nunca o sentimos?

Às vezes acho que já não preciso de ti, luz.

Fico melhor na escuridão,

Neste buraco que às vezes dói tanto estar dentro,

Ou por vezes tão confortável.

Acho que nos acomodámos a ti, escuridão,

Ao peso no meu peito,

Ao peso no meu corpo quando acordo de manhã.

Mas no meio de tanto – uma coisa tenho certeza,

Sozinha não estou,

Tenho-te a ti, escuridão.

Anónimo

Pintura de Edvard Munch, “Ansiedade” (1894)

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