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Não é novidade que muitos filmes que eram para ser feitos… não o chegaram a ser. Conhecemos alguns exemplos, como “Napoleon”, de Stanley Kubrick (“Laranja Mecânica”, 1971), a biografia de Howard Hughes, de Christopher Nolan (“Interstellar”, 2014), ou mesmo a prequela de “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino (“Cães Danados”, 1992).

Sendo que algumas destas obras poderão, eventualmente, ver a luz do dia (ou a escuridão da sala de cinema), a Indiewire fez uma lista de 25 projectos cinematográficos que nunca se concretizaram – mas que nós gostávamos que assim não fosse:

1.º Biografia de Howard Hughes, Christopher Nolan

O realizador britânico começou a escrever a história sobre o magnata e cineasta Howard Hughes logo após a estreia do seu thriller “Insónia”, de 2002. Em 2007, Nolan terá confessado ao The Daily Beast que o argumento para a biografia do bilionário norte-americano tinha sido a melhor coisa que já havia escrito, sendo que a pré-produção terá ido longe o suficiente ao ponto de Jim Carrey (“O Despertar da Mente”, 2004) ter sido testado no papel de Hughes.

O projeto viu o seu fim quando Martin Scorsese realizou “O Aviador” (2004), que ficou à frente da obra de Nolan no ciclo de produção. A escolha de Scorsese para o personagem principal foi Leonardo DiCaprio (“Gangs de Nova Iorque”, 2002), que recebeu várias críticas positivas pelo seu desempenho.


2.º “Sweetheart”, Patty Jenkin

Patty Jenkins fez uma interrupção de 14 anos entre os filmes “Monstro” (2003) e ” Mulher-Maravilha” (2017), sendo que a cineasta norte-americana iria ser a responsável por realizar o filme “Thor 2”, mas as disputas criativas com a Marvel Studios viriam pôr término à parceria. “Sweetheart”, o intrigante projecto, seria um filme com muitos assassinatos que Jenkins integrou como realizadora em maio de 2014. A narrativa do filme, escrita por Jack Stanley, seria centrada numa assassina que planeava abandonar a sua profissão apenas para ser chamada de volta após a reunião da escola secundária.


3.º “Batman: Year One”, Darren Aronofsky

Em 2000, Arofonsky foi anunciado como realizador de uma adaptação dos livros de comics de Frank Miller, sendo este último responsável pelo argumento da obra. Matthew Libatique, o habitual diretor de fotografia nos filmes de Darren Aronofsky, era o escolhido para essa mesma função. O cineasta recuperava do sucesso de “Pi” (1998) e “A Vida não é um Sonho” (2000) quando lhe foi oferecida a parceria com a Warner Bros. para o filme de “Batman”. A vontade do estúdio era de reiniciar o franchise do super-herói de Gotham City após a fraca recepção de “Batman & Robin” (1997), mas o realizador norte-americano acabaria por abandonar o projecto devido a conflitos de agendamento.


4.º “Slaughterhouse Five”, Charlie Kaufman e Guillermo del Toro

Já há algum tempo que Guilhermo del Toro fala de fazer uma adaptação do clássico de 1969 de Kurt Vonnegut, “Slaughterhouse Five”. O realizador de “O Labirinto do Fauno” (2006) revelou ao The Telegraph, em 2013, que estaria interessado em mergulhar profundamente na raça alienígena de Vonnegut, conhecida como os Trafalmadorians.

Contudo, o problema seria mesmo o colaborador de del Torro, CharlieKaufman, que queria mudar o guião da obra, não estando assim em consonância com o cineasta mexicano. “O estúdio fará [o filme] quando for o meu próximo filme, mas como posso eu comprometer-me se não há um guião? O Charlie Kaufman é um escritor muito caro! Eu vou resolver isso.” – Guilhermo del Toro


5.º “Ronnie Rocket”, David Lynch

Ao que tudo indica, Lynch (“Mulholand Drive”, 2001) terá começado a trabalhar em “Ronnie Rocket” após o seu sucesso de 1977, “No Céu Tudo É Perfeito”. A história do filme consistia num detetive perneta que entra numa outra dimensão e é perseguido por um anão de um metro e meio de altura, que consegue controlar a eletricidade. Sem surpresa, Lynch teve de lutar para encontrar um estúdio que tivesse disposto a aceitar uma história tão ‘bizarra’.

Enquanto esta ideia estava em stand-by, o cineasta realizou “O Homem Elefante” (1980), sendo que “Ronnie Rocket” esteve sempre na mente de David Lynch. Diferentes produtoras tentaram levar o projecto avante, incluindo a De Laurentiis Entertainment Group e a American Zoetrope, enquanto que Michael J. Anderson (O Homem de Outro Lugar em “Twin Peaks“) chegou a ser o escolhido para o papel principal. Contudo, a obra nunca mais foi desenvolvida.


6.º “Dino”, Martin Scorsese

A vontade de Scorsese fazer uma cinebiografia do ator e cantor Dean Martin (“Rio Bravo”, 1959) não é propriamente uma novidade, de modo que o título para esta obra seria mesmo “Dino”. Em 1992, o realizador italo-americano comprou os direitos do livro biográfico com o mesmo nome, escrito por Nick Toches, e quis juntar à sua equipa Nicolas Pileggi – que escreveu o argumento dos filmes “Tudo Bons Rapazes” (1990) e “Casino” (1995).

Os rumores do elenco também chegaram a ser bastante audíveis, corria o ano de 1997. Tom Hanks (“Forrest Gump”, 1994) terá sido o escolhido para ser Dean Martin, sendo que John Travolta (“Grease”, 1978) faria o papel de Frank Sinatra, para além de outros nomes como os de Hugh Grant, Adam Sandler e Jim Carrey para outros personagens mais secundários. As negociações referentes ao agendamento e aos orçamentos para o projecto entre Scorsese e a Warner Bros. não foram bem-sucedidas, tendo o cineasta avançado para o seu próximo filme, “Gangs de Nova Iorque” (2002).


7.º “Jane Got A Gun”, Lynne Ramsay

O drama nos bastidores que aconteceu em 2013, e que chegou a ser algo mediático, deveu-se à recusa da realizadora escocesa em marcar presença logo no primeiro dia de produção, levando a mesma a desistir do filme um ano depois. Os rumores apontam para divergências entre Ramsey e o seu produtor Scott Steindorff, que tinham ideias completamente diferentes quanto ao cronograma das filmagens, e mais importante, quanto ao produto final. Steindorff chamou Gavin O’Connor (“Orgulho e Glória”, 2008) para assumir a responsabilidade de Lynne Ramsey (“Nunca Estiveste Aqui”, 2017), mas o resultado final foi sempre sido adiado pela The Weinstein Company.


8.º “At the Mountains of Madness”, Guilhermo del Toro

Provavelmente é o projecto abandonado mais devastador para o cineasta mexicano, pois este sempre o viu como uma paixão (tal como “Apocalypse Now” para Coppola), e consistia numa adaptação da obra literária do escritor norte-americano H. P. Lovecraft, “At the Mountains of Madness”.

O filme estaria a ser desenvolvido pela Universal, contando mesmo com a participação de produtores como James Cameron (“Avatar”, 2009), mas um desacordo quanto à parte criativa impediu que a obra fosse finalizada. Guilhermo del Toro abordou esta situação ao site de cinema Collider, dizendo que “foram 150 milhões de dólares, com Tom Cruise e James Cameron na produção, ILM a fazer os efeitos, aqui está a arte, este é o conceito, porque eu realmente acho que horror em grande escala seria ótimo. Mas havia uma diferença de opinião; o estúdio achou o contrário.


9.º “Save Us Joe Louis”, Spike Lee

Este é outro projecto fetiche que consta nesta lista. “Save Us Joe Louis” consiste num drama que conta a rivalidade entre o pugilista afro-americano Joe Louis e o lutador alemão Max Schmelling, que ocorreu pouco antes da Segunda Guerra Mundial. O escritor do clássico “Há Lodo no Cais” (1954), Budd Schulberg, trabalhou no argumento do projecto, tendo Spike Lee sido contratado para realizar o filme em 2001.

Contudo, o cineasta norte-americano acabou por avançar para obras como “A Última Hora” (2002) ou “Infiltrado” (2006), sem nunca perder o desejo de filmar “Save Us Joe Louis”. Tudo parecia estar a ganhar corpo quando Terrence Howard (“Homem de Ferro”, 2008) foi escolhido para o papel principal em 2006, mas o drama histórico acabou mesmo por não avançar e Lee continuou a desenvolver outros projetos.


10.º “Killer Crow”, Quentin Tarantino

Tarantino é um ícone do cinema contemporâneo, mas também já é uma lenda na categoria dos filmes ‘por fazer’. “Killer Crow” é um argumento para uma longa-metragem que foi esculpido a partir do argumento de outro filme de Tarantino, “Sacanas Sem Lei” (2009). Na história original deste último, a personagem interpretada por Brad Pitt (“Fúria”, 2014), o tenente Aldo Raine, encontra um pelotão de soldados negros que também estão numa missão de vingança. Na história de “Killer Crow”, a narrativa é centrada neste mesmo pelotão, que se tenta vingar dos oficiais brancos que os tramaram no exército.

O cineasta norte-americano admitiu que o enredo precisaria de ser mais trabalhado para realmente ser um projecto sólido. Considerando que Tarantino planeia reformar-se após o 10.º filme, e visto que o seu mais recente trabalho, “Era uma vez em Hollywood” (2019) é já o 9.º na lista, parece pouco provável que “Killer Crow” venha a tornar-se realidade.


11.º “Double V Vega”, Quentin Tarantino

https://www.cinema7arte.com/pulp-fiction-era-para-ter-uma-prequela/


12.º Épico sobre Alexandre, o Grande, Baz Luhrmann

O filme de Oliver Stone, “Alexandre, o Grande” (2004) foi um dos fracassos nos anos 2000, sendo que os espectadores estariam à espera de um outro épico sobre a história de Alexandre III. Em 2002, Baz Luhrmann afirmou estar a desenvolver um filme sobre o Rei dos gregos em parceria com o actor principal do seu filme “Romeo + Julieta” (1996), Leonardo DiCaprio.

O filme de Stone já estava em fase de desenvolvimento com Colin Farrell no papel de Alexandre, o que dificultou a obtenção de um orçamento suficientemente elevado para dar vida à visão de Baz Luhrmann. Alguns relatórios revelam que esse mesmo orçamento rondaria os 150 milhões de dólares, sendo que o projecto acabou por colapsar devido às suas ambições épicas. Em 2013, a adaptação cinematográfioca da obra literária “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, juntaria de novo DiCaprio e o realizador australiano.


13.º “Company of Angels”, Kathryn Bigelow

Durante o trabalho de produção do seu filme “Estranhos Prazeres” (1995), Bigelow foi a escolhida pela 20th Century Fox para realizar o épico sobre Joana d’Arc, “Company of Angels”. Este era um dos três projectos a serem desenvolvidos em simultâneo sobre a heroína francesa, sendo que este beneficiava de ter um argumento escrito por Jay Cocks, conhecido pelas suas colaborações com Martin Scorsese nos filmes “A Idade da Inocência” (1993), “Gangs de Nova Iorque” (2002) e “Silêncio” (2016). Tudo foi por água abaixo no momento em que Luc Besson (“Léon, o Profissional”, 1994) entrou como produtor executivo e exigiu a Bigelow que Milla Jovovich (“O 5º Elemento”, 1997) ficasse com o papel de Joana d’Arc.

Isto levou ao afastamento da cineasta, sendo que Besson acabou por terminar a realização do filme. Este estreou em 1999, com o título “Joana d’Arc”. Bigelow chegou mesmo a ir a tribunal com uma acção contra Besson, alegando que este tinha utilizado no filme elementos do guião da norte-americana.


14.º “It”, Cary Fukunaga

Apesar do enorme sucesso dos dois capítulos de “It” por Andy Muschietti, a verdade é que Cary Fukunaga foi o primeiro escolhido para trazer o universo terrorífico de Stephen King para o grande ecrã. O realizador acabou por abandonar o projecto devido a diferenças criativas com a New Line, sendo que em 2018, numa entrevista à GQ, Fukunaga revelou que a produtora americana estava preocupada com o facto do cineasta não ser um colaborador mais ‘aberto’ para com o filme. O realizador deixou a produção de “It” duas semanas antes do início das filmagens. Fukunaga foi creditado como escritor na versão de Muschietti, em 2017.


15.º Adaptação da história de Eliot Ness, David Fincher

Fincher teve inúmeros projetos inacabados, como a adaptação de “Rendezvous With Rama”, do escritor britânico Arthur C. Clarke, que teria no papel principal Morgan Freeman (“Invictus”, 2009), mas a verdade é que o projeto que mais se aproximou da realidade foi “Ness”. Este seria uma adaptação da novela gráfica “Torso”, que teria Matt Damon (“O Bom Rebelde”, 1997) no papel do agente de Proibição, Eliot Ness, numa história que consiste na caça a um serial killer da cidade Cleveland, nos Estados Unidos da América. Casey Affleck (“Manchester by the Sea”, 2016) e Rachel McAdams (“O Diário da Nossa Paixão”, 2004) fariam parte do elenco do filme.

A obra acabou por nunca se concretizar, pois o seu desenvolvimento demorou mais tempo do que era esperado e, eventualmente, a Paramount acabou por perder os direitos da história que possuía anteriormente.


16.º “20,000 Leagues Under the Sea”, David Fincher

De novo, David Fincher. Este é um dos seus projectos perdidos mais famosos, uma adaptação da obra literária clássica de Jules Verne, com o mesmo título, de 1870. O cineasta estava a desenvolver o filme com a Disney, sendo que já tinha certas localizações prontas para a filmagem, e um orçamento volumoso, mas um desacordo acabou por aniquilar toda a obra, isto porque o realizador e o estúdio não estavam em acordo quanto ao elenco. Ao que tudo indica, Fincher desejava Brad Pitt ou Channing Tatum (“Foxcatcher”, 2014) para o papel principal, mas a Disney estava determinada em eleger Chris Hemsworth (“Thor”, 2011).


17.º “Justice League: Mortal”, George Miller

Muito antes de chegar a “Liga da Justiça” (2017), por Zack Snyder, a mente por detrás do universo “Mad Max”, George Miller (“As Motos da Morte”, 1979) estava a desenvolver a sua própria obra para a DC Comics. O realizador tinha em mente Armie Hammer (“Chama-me Pelo Teu Nome”, 2017) como Batman e Adam Brody (“No Mundo das Mulheres”, 2007) como Flash, mas a greve da Writers Guild of America, em 2008, impediu o filme de entrar em fase de produção. Hammer contou ao crítico de cinema Leonard Maltin que esta sua versão de Batman seria bastante sombria, tendo o actor acrescentado que, tal como estava escrito no guião, “nunca ninguém mostra realmente como esse homem é realmente psicótico”.


18.º “Blood Meridian”, Ridley Scott

Ainda antes da colaboração Ridley Scott/Cormac McCarthy no filme “O Conselheiro” (2013), ambos já haviam tido um projecto em conjunto.. que nunca se realizou. Em 2004, após a estreia de “Reino dos Céus”, o realizador e o escritor haviam aceitado fazer, em parceria com a Paramount Pictures, uma adaptação do livro “Blood Meridian”, da autoria de McCarthy. Muitos leitores ansiavam que obra fosse adaptada ao grande ecrã, mas devido à sua extrema violência, Ridley Scott abandonou o projecto com o argumento de que seria impossível transmitir a violência da história no cinema.


19.º “Ant-Man”, Edgar Wright

O filme “Homem-Formiga” (2015), de Peyton Reed, não foi dos mais bem recebidos pelos fãs do Universo Marvel, sendo que foi criada uma especulação em redor de uma possível versão alternativa, que passava por ter Edgar Wright (“Baby Driver – Alta Velocidade”, 2017) no papel de realizador. O trabalho visual e as características do super-herói seriam dois dos argumentos que agradariam os fãs, e ao que tudo indica, Wright e o escritor Joe Cornish (“As Aventuras de Tintin – O Segredo do Licorne”, 2011) já estariam a desenvolver esta história há já uma década.

Mas a versão de ambos viria a ser abandonada com a entrada dos argumentistas Paul Rudd e Adam McKay, para além do próprio Peyton Reed. Wright e Cornish ainda foram creditados na versão final de “Homem-Formiga”, mas a sua versão da história é já bastante deturpada.


20.º “The Little Mermaid”, Sofia Coppola

A realizadora, filha do icónico Francis Ford Coppola (“Apocalypse Now”, 1979), em parceria com a Universal Pictures, embarcou na ideia de fazer um live-action do clássico “A Pequena Sereia” (1989), mas quanto mais elevado foi ficando o orçamento, mais a cineasta se apercebeu do quão a sua visão original para o filme ficaria comprometida. Esta não estava interessada em fazer uma versão familiar como a da Disney, mas sim dar revelo aos elementos mais sombrios do conto original de Hans Christian Andersen.

Coppola terá admitido à Indiewire que o estúdio não quereria gastar muito dinheiro, pois a maioria das cenas teriam de ser gravadas debaixo de água. Esta acabou por se afastar do projecto em definitivo, tendo ainda, em 2015, a actriz Chloe Grace Moretz (“Carrie”, 2013) sido testada para o papel de Ariel, mas o filme nunca viria a ser terminado.


21.º “Harold and the Purple Crayon”, Spike Jonze

Antes de começar a produção de “O Sítio das Coisas Selvagens” (2009), Spike Jonze pretendia trazer outro conto infantil icónico para o grande ecrã: “Harold and the Purple Crayon”, do escritor Crockett Johnson. O argumentista de “O Sítio das Coisas Selvagens”, Maurice Sendak, considerou Johnson um mentor, tendo passado um ano a desenvolver as técnicas e as formas que lhe permitiriam misturar fotografia e animação live-action de forma credível.

O produtor John B. Carls (“Rango”, 2011) chegou a revelar alguns dos planos de Spike Jonze numa entrevista ao The New York Times, mas o projecto foi abandonado dois meses antes do início da produção, pois os executivos da TriStar achavam que a visão de Jonze para o filme seria arriscada demais para gerar lucro. Tudo o que resta é um pequeno filme de teste.


22.º Biografia de Che Guevara, Terrence Malick

O filme de Steven Soderbergh, “Che”, que chegou às salas de cinema em 2008, tem a curiosidade de ser uma obra inicialmente realizada por Terrence Malick, isto porque o cineasta de “Dias do Paraíso” (1978) ficou obcecado com a vida de Che Guevara durante o período em que trabalhou para a revista LIFE, tendo sido abordado por Soderbergh para realizar a longa-metragem. Este último já havia vencido um Óscar pelo seu filme “Traffic – Ninguém Sai Ileso” (2000).

Malick havia começado a trabalhar no argumento da biografia do rebelde argentino, dando especial foco à campanha boliviana que Che participou, entre 1966 e 1967, contudo Soderbergh achou que este ‘rascunho’ era ilegível e acabou por assumir ele o projecto, começando a partir do zero.


23.º Filme sobre Leni Riefenstahl, Steven Soderbergh

Soderbergh e o escritor Scott Z. Burns colaboraram em filmes como “O Delator!” (2009) e “Contágio” (2011), para além do próximo original da Netflix, “The Laundromat”, sendo que durante um tempo os dois estavam a planear fazer um filme potencialmente controverso sobre a realizadora alemã Leni Riefenstahl (“O Triunfo da Vontade”, 1935). A ideia seria retratar a cineasta como uma artista que tivesse sido agredida por Adolf Hitler e Joseph Goebbels. Contudo, Soderbergh e Burns perceberam que a sua ideia era bastante sensível, acabando ambos por abandonar o projecto e partindo para “Contágio”.


24.º Sequência de “Ponyo”, Hayao Miyazaki

Hayao Miyazaki, realizador japonês, não tem por hábito fazer sequelas diretas dos seus filmes originais, mas o que mais se aproximou de ter continuação foi “Ponyo à Beira-Mar” (2008). O também argumentista ponderou seriamente em dar continuidade à sua animação, vencedora do Prémio da Academia Japonesa na categoria de Animação do Ano. Contudo, Toshio Suzuki, produtor do Studio Ghibli, afastou Miyazaki dos seus planos para o possível segundo filme de “Ponyo”, pois Suzuki queria que o cineasta japonês adaptasse a história de mangá “The Wind Rises”, que Miyazaki havia escrito anteriormente.

Segundo alguns rumores, o realizador japonês não estaria seguro de que a biografia do designer Jiro Horikoshi (“The Wind Rises”) pudesse ser lucrativa. Com o avançar deste projecto por parte de Miyazaki, a desejada sequela de “Ponyo” acabou por ser abandonada.


25.º “The Lovely Bones”, Lynne Ramsay

O intervalo de tempo entre “Temos de Falar Sobre Kevin” (2011) e “Nunca Estiveste Aqui”, Lynne Ramsay deixou mais do que um projecto inacabado – o primeiro já foi mencionado em cima, “Jane Got a Gun”. Quanto ao segundo, a Film4 contratou a cineasta britânica para uma adaptação da obra literária “The Lovely Bones”, escrita por Alice Sebold, mas a artista não pretendia ser fiél à obra.

Quando a DreamWorks se interessou em co-produzir o filme, a Film4 retirou Ramsay da equação, de modo a que a longa-metragem pudesse acompanhar o mais possível a narrativa do livro. A realizadora descreveu o processo de desenvolvimento do filme como sendo um “desastre” e um “estranho pesadelo kafkiano”. A obra acabou por ser realizada por Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis – A Irmandade do Anel”, 2001), em 2009.

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