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Estudantes da Escuela de Lenguas Modernas da Universidad de Costa Rica (UCR) e da Escuela e Ciencias del Lenguaje da Fundación Instituto Tecnológico de Costa Rica (TEC) reuniram-se na semana de 02 a 07 de maio de 2022, para lerem e discutirem o conto “O Dia de Folga” do escritor brasileiro Marcelo Pereira Rodrigues. Ao todo foram 35 alunos do curso de Literatura Brasileira que souberam da notícia do lançamento do livro de MPR no Brasil, e graças à publicação no site OBarrete, estes puderam ter acesso ao primeiro conto obra.

A história propiciou um agradável ambiente para a reflexão, o que os motivou a promover e organizar um encontro literário na Biblioteca, especialmente para conversarem e discutirem o texto. Muitos dos alunos quiseram falar sobre as suas críticas e alguns escreveram mesmo resenhas. Foi uma grata surpresa ler de uma estudante uma análise onde esta teceu os seus comentários e simulou uma entrevista fictícia, como se estivesse a conversar com o autor.

Capa do livro “O Dia de Folga”, de Marcelo Pereira Rodrigues

Transmitimos com alegria ao nosso editor da Revista Conhece-te, a dizer que não há felicidade maior em observar a alta repercussão que a obra está a ter na América Central (pois também se reuniram aos estudantes costarriquenhos, alunos panamenhos, nicaraguenses, guatemaltecos e de várias outras nacionalidades, para lerem juntos: “O Dia de Folga”). A tutora do curso de português e literatura dos estudantes recebeu todas as mensagens. A primeira, foi a da jovem leitora Gloriana Piedra, da Província de Heredia, que escreveu:

Olha só que interessante o conto que relata a vida mesma! Você pode pensar que este relato é uma exageração, mas pergunte a si mesmo quantas vezes a sua vida é como a vida do Sebastião? A gente se esquece de viver e o termo “Workaholic” (=viciado em trabalho) é o mais comum de se ouvir nestes dias.

Especialmente acho que as gerações mais velhas são as mais apegadas aos seus empregos e ficam constantemente preocupados que alguém os vá substituir na empresa em suas tarefinhas, mas consideremos que o valor do trabalho, o tempo e o conhecimento, somente você o sabe. E se tem medo de ficar sem emprego, é porque você não dá o valor correto a seu cérebro e suas habilidades.

Tivemos a oportunidade de conversar com o autor do conto e ele nos contou:

Minha motivação para escrever esta história foi o meu pai, certamente pode ser algo que ocorra na vida de muitas pessoas. O trágico final de Sebastião é uma apreciação da vida e da importância que é ter espaço para sua família, suas férias, seus hobbies e não somente trabalhar. Quantas vezes você foi ou é o Sebastião? A realidade é que muitas pessoas fazem do emprego parte de sua personalidade e tem bastantes coisas na vida como para pensar vinte e quatro horas do dia por trezentos sessenta e cinco dias do ano em suas responsabilidades no trabalho. E nunca vivem no presente. O emprego é somente uma maneira de sobreviver, não de viver.”

Então já sabe, não deixe que a sua vida seja como a vida de Sebastião, que a sua família não fique surpreendida no momento que você tenha um dia de folga, aproveite as pessoas ao seu redor e os momentos que a vida lhe dá.

O filosofo e escritor Marcelo Pereira Rodrigues na 26.ª Edição da Bienal do Livro de São Paulo, 2022

O segundo texto recebido foi da jovem estudante Valeria Salazar, da província de Puntarenas:

Acredito que esta história é inusual, mas num bom sentido; pois na Costa Rica quase nunca vimos negócios que sempre ficam abertos vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana, todo o ano praticamente. E dá curiosidade este conto que fala sobre a vida de um homem comum que só queria ter um dia de folga, que considerava ter trabalhado com muito esforço e dedicação e que um pequeno recesso iria ser uma boa ideia.

Assim o autor o descreveu, como um homem que nunca havia feito nada ruim, dedicado ao seu trabalho e como um “sujeito prestativo e benquisto”, mas penso que essa tenha sido uma pequena ilusão. É incrível como as pessoas não gostam das mudanças, que às vezes esquecem que há pessoas trabalhadoras e que também merecem ter férias porque afinal elas são: pessoas.

Na verdade, e primeiramente, eu gostaria de perguntar ao autor se a história foi baseada numa experiência ou se foi simplesmente um caso que acharam importante e que valia a pena ser contado. Por outro lado, me interessaria saber por que o protagonista morreu, ou seja, por que terminar o conto com um final triste? Será de alguma maneira uma forma de relacionar o nível de importância ou da gravidade de optar por ter dias de folga ou foi somente coincidência?

O livro “O Dia de Folga”, de Marcelo Pereira Rodrigues, pode ser adquirido aqui.

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