Foi há 30 anos que James Cameron materializou aquele que viria a ser um dos filmes de referência na história do cinema contemporâneo. O mote já havia sido lançado em 1984, com o primeiro filma da saga, “The Terminator” (em português “O Exterminador Implacável“), no entanto, desta vez Cameron foi bastante mais longe e mostrou de forma clara todas as suas capacidades para realização de grandes obras cinematográficas, pensadas para serem visualizadas em telas de grandes dimensões, onde, por mais que gostemos do conforto de nossa casa, a envolvência é diferente!
Por esta altura, James Cameron já tinha filmado películas como “O Exterminador Implacável”, “Aliens – O Recontro Final” (1986) e “Abismo” (1989), tendo nestas obras desenvolvido novas técnicas que se viriam a refletir na rodagem de “Exterminador Implacável 2: O dia do julgamento” (título em português). Arnold Schwarzenegger, por seu lado, capitalizou da melhor forma a fama que a lenda de “Conan e os Bárbaros“, em 1982, e “O Exterminador Implacável” lhe trouxeram, sendo também protagonista em filmes como “Comando” (1985), “Predador” (1987), “Inferno Vermelho” (1988) ou “Desafio Total” (1990). A dupla com Cameron viria a mostrar em 1991, novamente, a arte de multiplicar receita com aquele que é unanimemente reconhecido como o melhor filme da saga “Terminator”.

Não é necessário aprofundar a história que dá origem a este filme, pois ela é invariavelmente a mesma (ou quase) ao longo dos vários filmes. É absolutamente fundamental manter vivo John Connor (Edward Furlong), filho de Sarah (Linda Hamilton), pois este virá a ser o comandante da resistência que combaterá as máquinas que tomam o poder, num futuro próximo, após acontecimentos apocalíticos que têm origem num supercomputador, que dá pelo nome de Skynet.
No primeiro filme, o exterminador, enviado do futuro, tem como objetivo liquidar Sarah de modo a que John nunca venha a existir, enviando a resistência para aquele que será o pai de John. A máquina é destruída e John é concebido. Já em “Terminator 2”, passados 10 anos, o objetivo é liquidar John enviando (ao passado) um exterminador extremamente avançado, o T-1000, por parte da Skynet. Já a resistência, o próprio John, envia um exterminador para o defender, um modelo em tudo semelhante ao que há dez anos foi enviado para matar Sarah, mas que ainda assim vai ter capacidade de combate para se opor ao T-1000.
O que verdadeiramente há a reter neste trabalho são as incríveis sequências de ação que se desenrolam ao longo do filme. Quando nos transportamos no tempo e analisamos este trabalho criado em 1991, ficamos atónitos com o que vemos. James Cameron teve a capacidade de aliar novos efeitos especiais a cenários reais em que tudo acontece com uma incrível precisão. As cenas de perseguição automóvel são muito bem conseguidas, incluindo a cena já perto do final com o helicóptero em perseguição ao camião blindado em que se encontra John.

Que dizer dos efeitos especiais que envolvem o exterminador T-1000, que é feito de uma liga metálica líquida, podendo assumir diversas formas ou dividir-se em mil bocados, voltando a unir-se e a tomar forma humana. É muito interessante ver como Cameron opta por manter o antigo exterminador, criando um oponente de tecnologia ultra avançada, sendo muito inteligente por parte do realizador manter o elo de ligação à história que se inicia no primeiro filme, sete anos antes.
Para além disso, Cameron explora algo que ainda hoje achamos impossível, o sentimento da máquina. Na cena final, após eliminar o T-1000, o “antigo” exterminador tem que ser destruído (pois nada do futuro pode ficar no presente), e este diz a John que agora compreende o significado das suas lágrimas. É evidente a ligação que John estabelece com a máquina ao longo do tempo, mas esta vai para além da lealdade, deixando-nos a pensar em “será possível… um dia?”.
Tratando-se de uma obra de pura ficção, este filme tem a capacidade de nos entreter durante um bom bocado. Já se faz bastante melhor? Sim, sem qualquer dúvida, no entanto, neste como em qualquer outro filme devemos ter a capacidade de nos transportarmos no tempo e perceber a obra tal como ela foi pensada e concebida. Só assim foi possível chegar aos dias de hoje. Quanto a Arnold Schwarzenegger, poderá ter muitos defeitos, mas não consigo imaginar mais ninguém a fazer este papel. Perfeito.
Hasta la vista, baby!
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