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“Numa toca no chão vivia um hobbit. Não uma toca desagradável, suja e húmida, cheia de restos de minhocas e com cheiro de lodo; tampouco uma toca seca, vazia e arenosa, sem nada em que sentar ou o que comer: era a toca de um hobbit, e isso quer dizer conforto.”


“O Hobbit”

Este hobbit chama-se Bilbo Bolseiro; como outros da sua espécie era pequeno, de rosto amigável, pés peludos, cabelos encaracolados, além de uma agilidade para se mover rápida e silenciosamente quando necessário. Ah sim, e também adoram uma boa refeição, independente de qual seja, os hobbits adoram comer bem.

Bilbo por ser um Bolseiro, não era do tipo que tinha qualquer atitude inesperada, era totalmente dentro do padrão e nada afeito a aventuras, prezando por sempre estar na segurança e conforto do seu lar, vivendo a sua rotina. Consequentemente, quando Gandalf, o mago, um dia aparece no condado com uma proposta de aventura ela é obviamente recusada.

Mas como o mago é do tipo que não aceita muito um ‘não’ como resposta, no dia seguinte surgem à sua porta nada mais nada menos do que treze anões – sim anões, seres fortes, de barbas longas, corajosos que vivem nas montanhas com os seus tesouros – Dwalin, Balin, Kili, Fili, Dori, Nori, Ori, Oin, Gloin, Bifur, Bofur, Bombur e Thorin Escudo de Carvalho, além, é claro, de Gandalf.

O escritor, professor universitário e filólogo britânico John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido por J. R. R. Tolkien

O plano proposto era o seguinte: os anões rumariam à Montanha Solitária, onde no passado era o reino Erebor, fundado por Thror, avô de Thorin Escudo de Carvalho. O reino fora tomado e destruído há muito tempo pelo dragão Smaug num período de prosperidade dos anões, trazendo ruína e desolação em todo o seu redor, e agora os anões pretendiam tomá-lo de volta. Mais uma vez, Bilbo tentou recusar o convite, mas então o seu lado Túk (descendência por parte de mãe) falou mais alto e acabou por ceder ao desejo de se aventurar, partindo então com os anões e o mago para uma jornada de muitas aventuras mas também muitos perigos.

Para quem já havia assistido aos três filmes da trilogia “O Senhor dos Anéis” (2001-2003) e também às três películas baseadas neste livro “O Hobbit” (2012-2014), posso dizer que são experiências diferentes enquanto narrativa. O livro oferece um tom mais leve e dinâmico numa aventura clássica para o público mais jovem; os detalhes sobre as interações entre os seres habitantes da Terra Média como elfos, orcs, homens, anões entre outros, foram desenvolvidos depois em “O Senhor dos Anéis” e “O Silmarillion“.

Neste primeiro livro sobre a Terra Média, J. R. R. Tolkien dá uma “pincelada” sobre o seu território, habitantes, fornecendo já informações sobre um certo Necromante e também apresentando-nos Gollum e o seu precioso anel.

Como a história é sobre a jornada de Bilbo, as informações são dadas com maior detalhe durante todo o trajeto que os leva até à montanha, depois disso tudo acontece muito rápido, acabando por sentir falta de mais informações sobre o desenrolar dos eventos. Quanto aos personagens, bem, nada de aprofundamentos quanto às suas personalidades aqui; mas são todos bem interessantes despertando a vontade de saber mais sobre eles, querendo mais desse mundo.

Na trilogia realizada pelo cineasta Peter Jackson, o personagem de Bilbo Bagins é interpretado pelo ator Martin Freeman

Lançado em 1937, o livro foi desenvolvido a partir de histórias que Tolkien contava aos seus filhos quando estes eram crianças; um universo mágico que dialoga diretamente com o mundo real se prestarmos atenção às características de cada ser e às suas questões. O sucesso do universo criado pelo autor foi e ainda é enorme, sendo que em 2012 foi lançado o primeiro filme da trilogia baseada neste livro, “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada“, seguido de “O Hobbit: A Desolação de Smaug“, em 2013, e “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” em 2014.

Todos os três filmes são muito bons e recomendo apesar de, como sempre, nas adaptações, foram feitos acréscimos e supressões para que a história funcionasse melhor nas telas; cada um baseado numa parte do livro trazendo uma narrativa mais séria e sombria.

Recomendo muito que conheçam a Terra Média e os seus habitantes, hobbits em particular são bem simpáticos e hospitaleiros. Assistam também aos filmes, destacando aqui os cenários e a banda sonora incrível! Aproveitem essa “jornada do herói” com toda a sua graça e desafios. Boas leituras!

Este artigo foi originalmente publicado na Revista Conhece-te, no âmbito da parceria com OBarrete.

Lorena Coimbra

Rating: 3 out of 4.

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