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Porque A Arte Somos Nós

Será o Coronavírus um aviso da Natureza para o nosso tratamento deplorável para com ela? Será tudo uma metáfora? Há muitas questões que se levantam. Claro que ninguém queria esta situação, mas a verdade é que desde o começo desta pandemia que o ecossistema está mais “limpo” e puro, e não deixa de ser curioso como tem sido “o vírus silencioso” a causar uma revolução silenciosa no nosso planeta e outra bem mais ruidosa em nós.

Hoje estamos em estado de emergência e, como em tudo, nem toda a gente colabora devidamente; há sempre os que arriscam, os que não têm consciência, os que simplesmente são ignorantes e os “espertinhos”. Mas, quanto mais cedo percebermos que só juntos conseguimos vencer isto, mais depressa o vírus irá passar: mais uma bonita metáfora de filmes da Disney, agora numa realidade à Hollywood.

Tudo isto chegou praticamente de um momento para o outro e, muito ao contrário do que muitos políticos afirmam, ninguém estava preparado para isto. Os países, até então, simplesmente não tinham sequer pensado que isto podia vir a ser possível, apesar de todos os alertas pela OMS e pelas instâncias maiores de prevenção para com a nossa saúde pública. Infelizmente, temos de admitir que em praticamente todo o lado, e em especial em Portugal, temos uma cultura ocidental do “deixar andar” e só reagir quando já é tarde e tudo está perdido. Muita dessa realidade viu-se no fecho tardio das fronteiras e na difícil aceitação de que esta possível conjuntura há um mês era muito diferente de uma mera ilusão.

Todos nos devemos proteger, por nós e pelos outros

A verdade é que já se afirma que entrámos em “planalto”, ou seja, no fundo, acredita-se que o pior já passou e que agora isto vai começar a diminuir. Ora, se por um lado verificamos que a nossa taxa de crescimento está algo abaixo dos valores médios, a verdade é que também, enquanto vírus e sendo sempre imprevisível, tem fases. Há quem diga que mesmo que se mitigue até ao verão, voltará no inverno. Neste momento, o nosso desejo mais profundo é estar cá para ver.

Mas, isto serve para, novamente, fazer um retrato do quotidiano e dizer, precisamente, que hoje podes estar bem e amanhã a tua realidade ser diferente, para pior. Desta forma, investe em planos, mas investe tempo e reflexão nos teus fracassos. Aceita as tuas imperfeições, luta para as aperfeiçoares, não negues a tua condição. Nesta vida, não renegar a nada a priori é uma das mais inteligentes abordagens perante a vida e para tudo. Claro que tens de ser fiel a ti mesmo e aos teus princípios, mas mantém sempre a mente aberta.

Coisas más vão, certamente, acontecer e tens de estar preparado para isso. O cliché “nunca digas nunca” nunca fez tanto sentido (🙂). Infelizmente, o caos e a entropia adjacentes à irracionalidade humana rege-se, precisamente, por estarmos de encontro (interiormente) com o que se passa em redor de nós, e é-nos muito difícil sair da zona de conforto intelectual e da prisão mental que nos incutem, pois somos seres amplamente influenciados pelas tendências.

Assim, e quando tudo isto acabar, será que o Homem, depois de superar este desafio, vai tomar consciência da sua pequenez, ou será que vai querer continuar a sentir-se o super-homem nietzschiano (?), aquele que nada teme e que, esquecendo os seus limites, faz questão de atropelar a sua própria consciência?

Vale a pena pensar nisto.

Tiago Ferreira

Números do Covid-19 pelo mundo actualizados de dois em dois minutos

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