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Porque A Arte Somos Nós

Robert Ludlum (1927-2001), escritor norte-americano de obras em estilo thriller e ficção de espionagem, foi o criador de “The Bourne Trilogy” e não imaginava, certamente, o sucesso que tal personagem (Jason Bourne) iria ter no cinema. A adaptação das obras de Ludlum teve início no ano 2002 com “Identidade Desconhecida“, seguindo-se em 2004 “Supremacia” e finalmente em 2007 “Ultimato“. Posteriormente viriam a ser adicionados ao franchise Bourne mais dois títulos, “O Legado de Bourne” em 2012 e finalmente “Jason Bourne” em 2016. Ao que parece o tema ainda não está esgotado, pois encontra-se em fase de elaboração mais um filme da série.

Jason Bourne é um assassino da CIA que sofre de uma amnésia profunda, não se lembrando da sua associação à organização que desenvolve actividades secretas às quais Bourne se encontrava associado. O desenvolvimento da história inicia-se com o completo desconhecimento do agente secreto acerca do seu passado em “Identidade desconhecida”. Este primeiro filme revela uma luta pela sobrevivência dando pleno aso ao seu instinto de resistência, mesmo não intendendo o que se está a passar. Neste contexto, após ser recuperado por pescadores no Mar Mediterrâneo, baleado após falhar a sua última missão, depois de recuperar elementos de identificação e dinheiro deixado num cofre seguro na Suiça, Borne é ajudado por uma mulher que conhece no consulado americano em Paris.

Marie (Franka Potente), que para além de ficar inevitavelmente associada a Bourne, com tudo o que de perigoso isso significava, torna-se o grande e único amor deste, ajudando-o a recuperar algumas das memórias antigas. Jason resiste, Marie parte para longe por segurança, e após eliminar os operacionais enviados para matar o ex-CIA, Bourne junta-se a esta na ilha grega de Micunos. Mais tarde, na sequência de um esquema de corrupção envolvendo russos, e em que está envolvido uma patente da CIA, Marie é assassinada num atentado que tinha como objectivo matar Bourne: é o início de “Supremacia”.

A vingança é o único objectivo e Bourne enceta uma perseguição àqueles que ele pensava serem os assassinos dentro da CIA, mas descobre toda a verdade e também muito do seu passado. No terceiro filme da saga original, “Ultimato”, este põe a descoberto a verdade acerca das operações encobertas e ilegais levadas a cabo pela inteligência americana, a operação Treadstone e mais tarde a substituta desta, operação Blackbriar. Mais uma vez, Jason trava uma batalha do gato e do rato com a instituição para quem trabalhou e de quem agora se quer distanciar, revelando factos desconhecidos do mundo.

Mais tarde foi acrescentado à história original um primeiro filme que roda em torno das consequências da exposição que Bourne fez dos programas secretos da CIA, “O Legado de Bourne”. Como tal, e com o julgamento de vários responsáveis a decorrer, é decidido eliminar todos os operacionais ainda no ativo, sendo a narrativa centrada em Aaron Cross (Jeremy Renner), agente da operação Outcome, que procura não só sobreviver à perseguição, como sobreviver sem os químicos que eram ministrados aos operacionais deste programa secreto. Bourne não aparece neste filme, embora seja mencionado várias vezes.

Finalmente, em “Jason Bourne” a história assenta em questões pessoais ligadas ao próprio agente, nomeadamente o facto de ter sido o seu pai o cérebro da operação Treadstone, tendo este último sido assassinado pela própria CIA após se opor ao recrutamento do seu filho por parte da agência secreta. Bourne procura a vingança da morte de seu pai e novamente irá por em causa a existência de novas operações secretas.

Na adaptação ao cinema foi escolhido, e bem, um ator que eu pessoalmente aprecio bastante, Matt Damon. Sendo que o personagem é dono de uma elevada preparação física e psíquica, demonstrando grande capacidade de acção, o ator tem que ser um espelho da figura criada pelo autor, e Damon não falha, como grande ator que é. O que cativa na saga Bourne, é a acção constante que está presente em todos os filmes. É certo que o tema é recorrente em todos eles, no entanto, e principalmente nas primeiras três obras, a forma como a trama é apresentada torna-se bastante cativante, com um desempenho absolutamente exemplar de Matt Damon.

Em suma, trata-se de uma excelente saga de acção, retratando de forma soberba o funcionamento do submundo das agências secretas, sendo também muito bem filmada e completada com um excelente lote de atores. A ficção deixa-nos a pensar em como tudo funcionará na realidade. Trata-se da teoria da conspiração? Ou não, e é mesmo assim? Vejam e decidam! Tudo é possível…

Em tempo de recolhimento, aconselho a quem ainda não teve a possibilidade de ver os cinco “episódios”, a fazê-lo. Não vai, certamente, arrepender-se.

Bons filmes. Protejam-se.

Jorge Gameiro

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