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Após a banda norte-americana ter posto um ponto final nas aparições ao vivo, o contracto – assinado em 2014 e com efeito no final de 2015 – foi recentemente “mandado pelos ares”, em resposta aos fãs que querem a banda de volta aos grandes palcos.

Mas afinal, em que consistia este contrato? “Depois de mais de três décadas juntos, a icónica banda de rock ‘n’ roll Motley Crue anunciou hoje a Final Tour e a reforma da banda”, podia ler-se no contrato assinado a 24 de janeiro de 2014, perante dezenas de testemunhas.

Sempre tivemos a visão de sair com um grande estrondo e não tocar em feiras do condado e clubes com um ou dois membros originais da banda. O nosso trabalho aqui está feito.” – Tommy Lee

Já este ano, a 22 de março, a banda voltaria a estar na ribalta graças ao filme autobiográfico “The Dirt“, realizado por Jeff Tremaine, e financiado pela Netflix – estando ainda disponível para visualização na plataforma. Esta obra é baseada no livro “The Dirt: Confessions of the World’s Most Notorious Rock Band”, memórias e depoimentos dos quatro membros originais da banda: Nikki Sixx, Vince Neil, Tommy Lee e Mick Mars. Os membros dos Motley Crue foram interpretados por Machine Gun Kelly (Tommy Lee), Douglas Booth (Nikki Sixx), Daniel Webber (Vince Neil), e Iwan Rheon (Mick Mars).

Num comunicado oficial pós-lançamento do filme, o actor Machine Gun Kelly afirmou que: “Atualmente, ‘The Dirt’ possui uma pontuação da parte da audiência de 95% no Rotten Tomatoes. E seu enorme sucesso global no início deste ano viu a popularidade [dos Motley Crue] subir para novos patamares, catapultando a música da banda de volta ao topo das tabelas mundiais, com a população mais jovem dos 18 aos 44 anos a representar agora 64% da base de fãs da banda. Além disso, nos seis meses a seguir ao lançamento de ‘The Dirt’, os Motley Crue assistiram a um aumento meteórico de quase 350% nas reproduções das suas músicas em todas as plataformas de streaming. No entanto, a maioria dos novos fãs nunca assistiu a nenhum dos lendários espectáculos ao vivo que o Crueheads apreciaram durante quase quatro décadas.

Ao que tudo indica, essas oportunidades irão surgir de novo…

Os Motley Crue são uma banda originalmente formada pelo baixista Nikki Sixx e pelo baterista Tommy Lee, tendo após vários candidatos ao cargo de cantor e guitarra eléctrica, Vince Neil e Mick Mars foram os vencedores para os lugares que faltavam ocupar, respectivamente.

O primeiro álbum do grupo foi uma produção independente e tem como nome “Too Fast To Love”. Logo após o trabalho estar finalizado, a banda juntou-se à Elektra Records, que remixou o álbum, e a banda fez-se à estrada, começando a ganhar muita notoriedade pelas suas actuações ‘selvagens’ nos clubes e arenas de Los Angeles.

O grupo rapidamente tornou-se uma referência do Glam Metal, um estilo muito em voga no início dos anos 80, principalmente nos Estados Unidos da América. O seu segundo álbum “Shout At The Devil”, em 1983, veio confirmar isso mesmo, com singles como Shout At The Devil, Looks That Kill, Too Young To Fall In Love, e ainda uma cover dos The Beatles, Helter Skelter.

Em 1984, a banda acompanhou Ozzy Osbourne na digressão “Bark At The Moon”, levando o grupo a pisar novos e maiores palcos nas aberturas para um artista tão louco quanto os quatro jovens Crue. Ainda nesse ano, Vince Neil sofreu um grave acidente de viação, matando o seu amigo e baterista da banda Hanoi Rocks, Nicholas “Razzle” Dingley. Neil foi condenado a 30 dias de prisão, tendo só cumprido 18, e a pagar uma multa de 2.500.000 dólares.

Seguiram-se “Theatre Of Pain” e “Girls, Girl, Girls”, em 1985 e 1987 respectivamente. Por esta altura a banda levava um estilo de vida extravagante, com muitas drogas, mulheres e motos à mistura.

Nesse mesmo ano de 1987, a 23 de dezembro, Nikki Sixx tem uma overdose de heroína e chega mesmo a ser dado como morto a caminho do hospital, não tivesse sido o paramédico a injectar duas doses de adrenalina e a trazer o baixista de novo à vida. Este episódio foi o mote para uma das canções mais conhecidas dos Motley Crue, Kickstart My Heart.

Esta seria uma nova fase da banda. Tendo feito um pacto de sobriedade, os membros da banda voltariam ao estúdio para gravar “Dr. Feelgood”, com o produtor Bob Rock, e que viria a luz do dia em 1989. Este foi o primeiro disco do grupo a atingir o número um nas tabelas norte-americanas – sendo considerado por muitos o trabalho mais consistente dos Motley Crue – e é até hoje o álbum mais vendido em toda a discografia da banda. Daqui saíram singles como Dr. Feelgood, Same Ol’ Situation (S.O.S,), Don’t Go Away Mad (Just Go Away), ou Kickstart My Heart.

Daqui para a frente, a banda sofreu vários revés no seu percurso, que foram desde problemas pessoais até ao afastamento de alguns membros (Vince Neil e Tommy Lee). A verdade é que hoje eles estão de volta, e o que se seguirá será sempre uma surpresa para todos os fãs de Motley Crue.

One thought on “Os Motley Crue estão mesmo de volta

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