De trás de uma pequena rosa
Surgiu uma mariposa,
Timidamente observando ao seu redor
Com toda a cautela,
Ao mínimo odor,
O perigo naquela viela.
Contudo, certo dia,
Surgiu uma linda donzela,
Com um sorriso de ternura,
E uma flor na lapela.
Voa, mariposa, voa
Que a noite está para vir,
E de planta em planta
O sol há de sumir.
Quando nada fazia prever
A donzela soluçava,
E a mariposa sem se deter
Apenas observava.
Mas eis que numa noite fria
Com o som de uma cotovia
A donzela sussurrou,
Com um semblante aliviado,
“É hoje mariposa”
Que vou ver o meu amado
Ele vem a caminho no seu cavalo alado.
E a mariposa, voou,
Sem medo no olhar
Tentando procurar no meio das aldeias,
Entre as pessoas bonitas e feias,
Quem de entre tal rodopio
Podia em tal moça provocar
Semelhante desvario.
Mas eis que a meio da sua missão
Encontrou um candidato,
Aproximou-se com cautela
No entanto, quando se preparava para aterrar
Apareceu um gato que fez dela seu jantar.
A donzela esperou pelo seu amado,
O homem aproximou-se de sorriso desafiador,
Olhando para a donzela em todo o seu esplendor,
Onde antes existia felicidade
Depressa apareceu dor.
E eis que a donzela entendeu
O que havia sucedido,
E como mal compreendido,
O homem se retirou para um abrigo.
Sem tirar nem pôr,
Tudo parece adiantar
Que afinal, a donzela,
Não era assim tão bela.
Como se quis fazer notar
Era apenas uma bela libélula,
Com o fogo no olhar.
E o seu príncipe encantado,
Pelo gato malvado, sido feito jantar.
Pintura de Claude Monet, “Campo de Papoulas” (1875)
Good Son 👍🏻