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Porque A Arte Somos Nós

Provavelmente, o trabalho mais aclamado do compositor italiano Ludovico Einaudi, que ficou conhecido pela incorporação de vários estilos musicais, como música erudita, ambiental, pop, rock, world e folk, e pelas bandas sonoras em filmes como “Amigos Improváveis” (2011), “O Terceiro Assassinato” (2017), e na mini-série “Doctor Zhivago” (2002).

Influenciado pela meditação e pelo minimalismo, Ludovico apresenta uma interessante selecção de composições em “Divenire“, cujo disco renuncia ao seu típico minimalismo e abraça arranjos orquestrais sublimes e carregados de uma certa melancolia, com especial participação da Orquestra Filarmónica Royal Liverpool.

De modo geral, o piano é a base, sendo que os arranjos de cordas e algumas intervenções electrónicas dão forma ao álbum como um todo. Nas palavras de James Manheim, “A typical Ludovico musical period involves a repetitive pattern with simple harmonies that Philip Glass would have been happy enough with in its original form.

Ludovico Einaudi

Tudo até pode parecer vazio e saturado de banalidades, mas a verdade é que cada peça carrega consigo uma carga emocional de esperança. Faixa após faixa, uma atmosfera relaxante e edificante cresce e inunda toda a sonoridade. A canção título, Monday, e Primavera são simplesmente brilhantes com pequenas coisas que as tornam memoráveis, esta última sendo majestosa. Ainda de realçar, a junção da melodia com sons electrónicos em L’origine nascosta, e a aura derramadora de lágrimas em Ritornare.

Lançado em 2006, “Divenire” é elegante e comovente na sua simplicidade e nuance. Claramente, um ponto chave na carreia de Ludovico Einaudi, onde as qualidades new age e minimal vêm ao de cima. A música cria uma atmosfera suave, relaxada, e agradável ao seu redor, soando ao mesmo tempo muito bem. Todo o disco pede para ser ouvido numa praia algures, com o Sol pondo-se no horizonte.

João Filipe

Rating: 3 out of 4.

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