Frédéric Chopin, que nunca escreveu sinfonias, óperas ou quartetos para cordas, mas sim apenas para piano, é considerado um dos maiores compositores clássicos de todos os tempos. Ele revolucionou a forma de se tocar piano: não apenas o reinventou, como reinventou a música. É, portanto, uma das vozes mais importantes e pessoais e, por extensão, um dos compositores mais importantes da história da música.
Enquanto compositor, dedicou a sua vida a criar sons que capturassem a extensão e essência do instrumento mais emotivo de todos: a voz humana. Desde o início, Chopin incorporou o canto em quase todas as suas composições para piano. Conseguiu, assim, desenvolver o sentimento do que é cantar nesse instrumento, com uma genialidade inegável, numa altura em a ópera italiana estava muito na moda. O que importava, para ele, era criar uma atraente linha melódica de canto. Deixava a ideia, a quem teve o privilégio de ouvi-lo tocar, que o piano foi inventado para ele, e ele para o piano.
Há um fio de pureza que corre por toda a história da música, e nessa história há poucos compositores que tenham feito uma trabalho tão perfeitamente calculado, de tal forma que não conseguimos perceber, prima facie, a complexidade da sua música.
Frédéric Chopin nasceu em 1810, numa pequena cidade perto de Varsóvia. Aos 7 anos, já ele havia composto algumas peças e aos 9 anos já tocava em público na capital Varsóvia — foi começando a ser considerado um novo Mozart.
Chopin fez do piano a sua voz pessoal. Estudou música no Conservatório de Varsóvia, formando-se em 1830. Chopin era frágil, débil, brando e elegante, sendo a sua música uma repercussão disso mesmo. Não é por acaso que era chamado “o poeta do piano”, que, não sendo um orador declamador, falava íntima e informalmente. Ele, “louco e selvagem”, como era apelidado, fruto de um produto lógico do Romantismo (“a luta do herói”), refinou a estrutura rítmica e a estrutura harmónica da música.
Em 1838, o amor chegou à vida de Chopin, quando conheceu a escritora Aurore Dudevant. Esta tinha uma personalidade dominadora, algo que até certo ponto favoreceu criativamente Chopin, permitindo um certo tipo de extravasamento da sua música. Após terem terminado a sua ligação, o músico entrou em depressão e a sua saúde deteriorou-se, começando uma batalha de 12 anos contra a tuberculose, com apenas 39 anos.
Chopin compôs variadíssimas obras, sendo que das principais se destacam, sobretudo, Nocturne in E flat major Op. 9, Etude Op. 10 No. 3 – Tristesse, Piano Sonata No.2 – Marche fúnebre, Piano Concerto No. 2 – Larghetto e Grande valse brillante in E flat major.
Maleável e flexível, Chopin era um romântico que mantinha um certo equilíbrio clássico e ideal. Apesar de ser conhecido pelo brilhantismo dos seus estudos e prelúdios, são os seus nocturnos que serão para sempre sinónimo de seu nome.
É esta a magia da Arte: os génios que ela nos deixa, para sempre.