OBarrete

Porque A Arte Somos Nós

Life is very long, T.S. Elliot. Not the first person to say it, certainly not the first person to think it, but he’s given credit for it because he bothered to write it down”. Assim começa o filme de que vos venho falar hoje, realizado em 2013 por John Wells, “August: Osage County” conta com um elenco composto por três vencedores(as) de Óscares, Meryl Streep, Julia Roberts e Chris Cooper e por quatro nomeados ao Óscar, Benedict Cumberbatch, Juliette Lewis, Abigail Breslin e Sam Shepard, para além de Ewan McGregor, Margo Martindale, Julianne Nicholson e Misty Upham.

A história deste drama/comédia é baseado na obra de Tracy Letts, “August: Osage County”, vencedor do Prémio Pulitzer no ano de 2008 na categoria de drama, e a sua narrativa desenrolasse, como o título da obra indica, no condado de Osage, mais precisamente em Pawhuska, Oklahoma num Agosto excecionalmente quente e retrata o drama da família Weston que se reúne na sequência da morte do seu patriarca.

Meryl Streep (Violet), Ewan McGregor (Bill) e Julia Roberts (Barbara)

Após o desaparecimento de Beverly (Sam Shepard), marido da psicótica Violet (Meryl Streep), viciada em comprimidos e álcool e a braços com um cancro na boca, as suas três filhas reúnem-se na casa onde viveram a sua infância a fim de encontrar o pai e dar apoio à mãe. Ivy (Julianne Nicholson) é a que reside perto sendo a primeira a chegar.

Mais tarde chega a irmã de Violet, Mattie Fae (Margo Martindale) e o seu marido Charlie (Chris Cooper) seguidos de Barbara (Julia Roberts), a mais velha das três irmãs e líder entre elas, acompanhada pelo ainda marido Bill (Ewan McGregor) e pela irrequieta filha menor Jean (Abigail Breslin). A última das irmãs a chegar é Karen (Juliette Lewis) acompanhada pelo seu noivo Steve (Dermot Mulroney), um playboy que vai já para o seu quarto casamento…

Passados alguns dias são notificadas da morte de Beverly e realizam-se as respetivas cerimónias fúnebres, iniciando-se uma sequência louca de acontecimentos que revelam as divergências existentes entre os vários membros da família. Tendo como ponto de partida a suposta insanidade de Violet, esta dá origem a uma série de confrontos entre os vários familiares e as verdades começam a ser descobertas. Todos alegam a sua razão, mas ninguém a detêm. Aos poucos, assim como chegaram, começam a ir embora.

Karen parte após uma violenta discussão na sequência da tentativa de assédio de Steve à sua sobrinha menor, Jean. No dia seguinte Bill vai embora com a filha pois ambos perdem a paciência para aturar Barbara. Ivy toma conhecimento que a sua paixão pelo primo Little Charles (Benedict Cumberbatch) não pode ter continuidade, pois afinal ele não é seu primo mas sim seu irmão… fruto de uma relação da tia Mattie Fae com o seu pai Beverly! Na sua insanidade, Violet sabia de tudo, e aos poucos vai vendo a reunião da sua família desfazer-se. A última é Barbara que num assumo de desespero decide também ela partir sem destino.

Meryl Streep (Violet) e Juliette Lewis (Karen Weston)

Para além do desempenho absolutamente fantástico de Meryl Streep (ela não o sabe fazer de outra forma), todo o elenco se envolve de corpo e alma neste trabalho, que, podendo não parecer, vai muito para além da forma satírica como a narrativa nos é apresentada. Toda a problemática abordada acerca dos relacionamentos familiares não é mais do que a realidade pura e crua dos dias que vivemos.

As mentiras e os segredos que durante tanto tempo ficam por revelar e que naquele momento de esgrimir argumentos vêm ao de cimo. A crueldade humana mesmo nas relações com aqueles que, supostamente, mais amamos. É, na minha opinião, um excelente retrato de tantas e tantas situações que conhecemos à nossa volta, que se revelam nos momentos mais difíceis da sua existência.

Não se tratando de uma obra-prima, tem a capacidade de retratar uma realidade familiar que não tem assim tanto de ficção, trazendo ao de cima o que de mais desprezível encontramos no ser humano. A razão porque, talvez, muitos considerem a vida tão longa! Como já referi, o trabalho dos atores é fantástico e os diálogos são intensos, mantendo-nos expectantes quanto ao desfecho da história. Bons motivos para não deixar de ver.

Bons filmes.

Jorge Gameiro

Rating: 3 out of 4.

Se queres que OBarrete continue ao mais alto nível e evolua para algo ainda maior, é a tua vez de poder participar com o pouco que seja. Clica aqui e junta-te à família!

IMDB

Rotten Tomatoes

Leave a Reply

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d