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Porque A Arte Somos Nós

Vencedora do Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação em 2018, a obra realizada por Glen Keane, e narrada por Kobe Bryant, é a despedida deste último das grandes arenas e competições. O pequeno filme, que conta também com a participação de Brian Hunt, acompanha a narração da carta de despedida que o atleta norte-americano escreveu após anunciar o fim da sua carreira como basquetebolista. Esta revela toda a sua paixão e dedicação ao desporto inventado por Dr. James Naismith, no estado de Massachusetts.

A película começa com uma jogada nos últimos instantes de um jogo de basquetebol, revelando desde já a capacidade decisiva, mas também emocionante, de Kobe Bean Bryant. Com uma criação a lápis, a vida do jogador começa a ser retratada desde que este sonhava ser uma lenda do basquetebol. Tudo começou com uma bola de meias improvisada, tendo rapidamente escalado para um amor de uma vida. Graças à sua dedicação e vontade de singrar, Bryant foi um caso excepcional: lutou, treinou, soou, e fez sempre de tudo para estar entre os melhores. Alguém que está num grupo restrito de atletas acima da média, como é o exemplo de Cristiano Ronaldo. Tal como Kobe declama: “joguei com suor e com dor, mas não porque o desafio me chamava, mas porque tu me chamavas. Eu fiz tudo por ti“.

Sempre jogador dos LA Lakers, Kobe Bryant cumpriu o seu sonho. Até que teve de parar, mas não fazia mal. O jogador sabe que deu tudo, perdeu bolas, bateu recordes, foi vencedor da NBA por cinco vezes, tendo sido MVP em duas dessas finais, mas o seu amor pelo basquetebol iria deixar de ser obsessivo. Por momentos bons e maus, o desporto mostra-se figurativo de uma pessoa, criando uma ligação mais afectiva para quem vê a curta-metragem, de forma a compreendermos a dimensão do sentimento que o jogador tinha pelo basquetebol. Podíamos estar a tentar dissecar cada frase e afirmação da carta, mas o essencial da mensagem foi já referido. Tudo começou com meias enroladas a serem atiradas para o caixote do lixo no quarto. Para a memória ficam os cinco de segundos mais emocionantes: os lançamentos ao cesto, onde o tempo é a junção de toda uma vida.

A maioria da obra é a preto e branco, sendo que as cores que vão “dando vida” à imagem são o púrpura e o dourado – as cores oficiais dos LA Lakers. Tendo em conta o sentimento e a pureza da narrativa, a simplicidade dos desenhos são suficientes para nos guiar por um texto profundo e sincero. Ao fim de contas, Bryant deu um exemplo ao mundo, provando que para realmente sermos felizes e bem-sucedidos, é necessário algo muito importante: amor e dedicação. Quer seja por algo material ou imaterial. Foi esta forma de encarar a vida que fez do norte-americano uma referência além desporto. Creio que o poder da mensagem passada neste projecto é a chave do seu sucesso, reflectindo-se isso mesmo na 90ª Gala dos Óscares.

Kobe Bean Bryant morreu a 26 de janeiro de 2020, vítima de um acidente de helicóptero. Para além do seu contributo no mundo do desporto, este também deixa uma marca na sétima arte.

Nós demos um ao outro tudo aquilo que temos

Rating: 3.5 out of 4.

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt6794476/?ref_=tt_sims_tt

Rotten Tomatoes: https://www.rottentomatoes.com/m/dear_basketball

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