Fiz jus Ao meu sangue português, Este foi o meu fado: Deixar o passado, Arremeter-me contra o desconhecido, Acima da minha pequenez.
Fiz jus Ao meu sangue português, Este foi o meu fado: Deixar o passado, Arremeter-me contra o desconhecido, Acima da minha pequenez.
Encontrei Ricardo Reis Certa vez Na esquina do Flamengo, Estava magro, Caminhava trôpego, Os olhos fitos na baía de Guanabara, Andamos entre palmeiras, Ele me falou da infância, Do colégio jesuíta, Das lições helenistas E, saudoso monarquista, Lembrou das caravelas Que chegaram ao Brasil Exatamente Naquela paisagem bonita.
Eram de Figueira da Foz Os meus avós. Figueira, Árvore sagrada, Leitosa, Cujos frutos Se abrem roxos, Testículos do outono.
O antigo móvel envidraçado da sala guarda ainda um conjunto de taças de cristal. São lindas essas copas! Algumas maiores, bojudas, outras compridas e altas. Transparentes, de areia e chumbo diluídos, soltam um som agudo ao estalar dos dedos. O desenho impresso nessa matéria delicada é o de uma flor de lótus, um lírio aquático …
4 E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde celebrado Foi de mim vosso rio alegremente, Daí-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloquo e corrente, Porque de vossas águas, Febo ordene Que não tenham inveja às de Hipocrene.